quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Astrônomos revelam ter descoberto a galáxia mais distante já detectada

(Efe / Terra) Um grupo de astrônomos descobriu a que poderia ser a galáxia mais distante detectada até o momento, situada a cerca de 13,2 bilhões de anos-luz, segundo um estudo publicado pela revista científica "Nature".

Uma equipe de astrônomos que analisava as imagens cósmicas registradas pelo telescópio espacial Hubble aumentou seu alcance até 480 milhões de anos após o "Big Bang", quando o universo tinha 4% de sua idade atual.

"Estamos nos aproximando das primeiras galáxias, que achamos que foram formadas entre 200 e 300 milhões de anos depois do Big Bang", ressaltou Garth Illingworth, professor de astronomia e astrofísica da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo.

Em sua pesquisa, Illingworth e Rychard Bouwens, da Universidade de Leiden (Holanda), utilizaram dados reunidos pela câmara Wide Field Camera 3 (WFC3) do Hubble.

Com eles, os astrônomos observaram as mudanças que se produziram nas galáxias de 480 a 650 milhões de anos depois do "Big Bang".

A equipe observou que a taxa de nascimento das estrelas no universo aumentou cerca de dez vezes durante esse período de 170 milhões de anos, o que Illingworth considerou um "aumento assombroso em um período de tempo tão curto, somente 1% da idade atual do universo".

Os astrônomos também registraram mudanças significantes no número de galáxias detectadas.

"Nossas buscas anteriores tinham encontrado 47 galáxias quando o universo tinha cerca de 650 milhões de anos", disse Illingworth, quem acrescentou que "o universo está mudando muito rapidamente em um período de tempo muito curto".

Por sua vez, Bouwens afirmou que os resultados dos estudos são consistentes com a imagem hierárquica da formação das galáxias, segundo a qual estas cresceram e se uniram sob a influência gravitacional da matéria escura.

Para chegar à nova descoberta, os astrônomos calcularam a distância de um objeto no espaço com base em seu "deslocamento rumo ao vermelho", fenômeno que ocorre quando a radiação eletromagnética - normalmente a luz visível - que se emite de um objeto tende ao vermelho no final do espectro.

Sua medida é considerada pela comunidade astronômica internacional como o procedimento mais confiável para calcular distâncias espaciais.

A galáxia recém-descoberta alcançou um nível provável de "redshift" (desvio rumo ao vermelho) de 10,3 pontos.

Os especialistas acrescentaram que a galáxia em questão é pequena se for comparada às enormes já vistas no universo, como a Via Láctea, pelo menos 100 vezes maior.
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E mais:

Numa galáxia muito, muito distante (Cesar Baima - O Globo)

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