quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Nova técnica pode levar astrônomos a achar galáxia satélite da Via Láctea

Método leva em conta rastro que galáxias deixam em nuvens de hidrogênio. Telescópio Espacial Spitzer será usado para confirmar suspeita.

Uma perturbação no gás hidrogênio é marcada na galáxia M51, com uma técnica desenvolvida pela astrônoma Sukyana Chakrabarti. (Foto: Sukanya Chakrabarti / Universidade da Califórnia em Berkeley)

(G1) A astrônoma Sukanya Chakrabarti, da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, afirma ter encontrado um método para encontrar galáxias satélites de outras maiores, possíveis de serem observadas pelas perturbações em nuvens de hidrogênio de conjuntos de estrelas espirais como a Via Láctea. A técnica foi apresentada nesta quinta-feira (13) na Sociedade Astronômica norte-americana, em Seattle.

Segundo a especialista, a técnica matemática já possibilitou estimar que uma galáxia satélite existe no lado oposto da posição da Terra na Via Láctea. O conjunto de estrelas não foi previsto anteriormente por conta da interferência da poeira e do gás no disco da galáxia nas observações a partir de nosso planeta.

A "Galáxia X" estaria a 300 mil anos-luz de distância e teria 50 mil anos-luz de comprimento. A astrônoma Barbara Whitney já requisitou tempo de pesquisa com o Telescópio Espacial Spitzer, especializado em observações com radiação infravermelha, para tentar confirmar o suposto conjunto de estrelas.

"Minha esperança é que esse método possa servir como uma ferramenta para desvendar galáxias satélites, da mesma forma que a lente gravitacional é, atualmente, uma forma de descobrir galáxias muito distantes", afirma Chakrabarti.

Os astrônomos acreditam que corpos grandes como a Via Láctea tenham galáxias satélites, algumas com luz muito fraca para serem observadas. Elas seriam dominadas também por energia e matéria escuras, componentes de 85% do Universo, segundo os cientistas. A existência desses integrantes do Universo ainda não foram comprovadas por instrumentos de detecção.

As duas galáxias satélites da Via Láctea mais conhecidas são a Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães, visíveis a olho nu em locais com pouca poluição luminosa no hemisfério sul terrestre. Elas orbitam a nossa galáxia a uma distância de 160 mil e 200 mil anos-luz, respectivamente.

A procura pela galáxia X por meio de perturbações em outros astros lembra o caso da caça ao planeta X, um astro tido erroneamente, há mais de 100 anos, como um possível décimo planeta do Sistema Solar, detectável por oscilações na órbita de Netuno.

Um comentário:

  1. Essa galáxia deveria ter o nome de embrião, na minha visão vejo um embrião bem no centro dela.

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