quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Duplas assustadoras
(Cesar Baima- O Globo) Já escrevi aqui sobre minha fascinação pessoal (e o que acredito ser uma curiosidade geral) sobre sistemas estelares múltiplos. Agora, graças a uma dilatação temporal devido à ação gravitacional de dois buracos negros, consigo passar para frente mais um da lista de posts que aguardam publicação aqui no blog.
Usando dados de raios-x do observatório espacial Chandra, pesquisadores do Instituto Kavli para Astrfísica de Partículas e Cosmologia desenvolveram um método para acompanhar a dança mortal de buracos negros gigantes localizados no centro de galáxias que estão se fundindo. Essas duplas assustadoras podem fornecer importantes pistas sobre como as galpaxias evoluem e, mais ainda, como esses monstros nascem.
Para conseguir fazer isso, os cientistas Brian Gerke e Greg Madejski tiveram que superar alguns obstáculos. Para começar, essas duplas de buracos negros estão localizadas no centro de galáxias ativas, isto é, com grandes emissões de radiação de seus núcleos geradas pelo aquecimento de matéria e gás enquanto são puxados para o interior destes monstros cósmicos. Se os buracos negros estão afastados o bastante, observações relativamente simples podem permitir sua distinção, mas se a fusão das galáxias aconteceu em um passado mais remoto (e, consequentemente, mais distante), eles podem estar perto demais para serem resolvidos por métodos convencionais de observação (como na imagem abaixo).
Assim, Gerke e Madejski primeiro garimparam dados de levantamentos galáticos de longo alcance, como o Sloan Digital Sky Survey, em busca de espectros que indicassem a existência de núcleos ativos duplos. Depois, eles fizeram observações mais detalhadas com telescópios em terra para confirmar a existência desses pares. Por fim, eles usaram o valioso tempo de observação do Chandra se as duas fontes de raios-x estavam localizadas nos mesmos pontos das fontes com o espectro suspeito.
Neste primeiro estudo para testar o método, que será publicado no The Astrophysical Journal Letters, os astrônomos se concentraram na galáxia que responde pelo singelo nome SDSS J171544.05+600835.7. Embora não tenham acumulado dados suficientes para provar que ela abriga uma dupla em dança mortal, eles acreditam estar no caminho certo, bastando para isso que tenham mais tempo. Segundo a teoria da relatividade de Einstein, a fusão de buracos negros deve gerar ondas gravitacionais que poderiam ser detectadas por novos observatórios no espaço, e o estudo de Gerke e Madejski pode servir como guia para essas primeiras observações.
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