quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Observatório espacial Swift flagra buraco negro devorando estrela em galáxia distante



(O Globo) Dois estudos que serão publicados na edição desta quinta-feira da revista "Nature" fornecem novas informações sobre um acidente cósmico que desde março emite poderosos feixes de raios-x em direção da Terra. A nova fonte de radiação foi detectada pela primeira vez pelo satélite da Nasa Swift, lançado em 2004 na constelação de Draco (Dragão).

- Incrivelmente, esta fonte ainda está produzindo raios-x e continuará brilhante o suficiente para o Swift continuar a observá-la no ano que vem. Ela tem um comportamento diferente de tudo que já vimos antes - diz David Burrows, professor de astronomia da Penn State University e cientista responsável pelos instrumentos de raios-x do telescópio, autor de um dos estudos.

Logo, os astrônomos notaram que a fonte de raios-x, batizada Swift J1644+57, era resultado de um evento extraordinário: o despertar de um buraco negro no centro de uma galáxia distante, enquanto ele dilacerava e devorava uma estrela que se aproximou demais dele. A galáxia está tão longe que sua luz, e os raios-x do evento, levaram 3,9 bilhões de anos para chegar à Terra.

Já o segundo estudo, liderado por Ashley Zauderer, estudante de pós-doutorado do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, examinou as emissões sem precedentes com a ajuda de vários radiotelescópios em terra. A maior parte das galáxias, inclusive a nossa Via Láctea, abriga buracos negros gigantes, com milhões e até bilhões de vezes a massa do Sol, em seus centros. De acordo com os novos estudos, o buraco negro da galáxia que abriga a Swift J1644+57 teria o dobro da massa de 4 milhões de sóis no localizado no núcleo da Via Láctea.

A medida que a estrela caiu em direção do buraco negro, ela foi destruída pela intensa gravidade, com sua matéria criando um disco em torno do horizonte de evento. Girando rapidamente à volta do buraco negro, este material foi aquecido a milhões de graus, formando dois "funis" em direções opostas por meio dos quais algumas partículas conseguem escapar, aceleradas a mais de 90% da velocidade da luz. Por sorte, no caso da Swift J1644+57, estes jatos estão apontados diretamente para a Terra.
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