Região de intensa formação de estrelas, fotografada pelo Telescópio Hubble. Os astrônomos acreditam que esses berços de estrelas estão se tornando cada vez mais raros.[Imagem: NASA/ESA/STScI/AURA]
(Inovação Tecnológica) Astrônomos australianos acreditam ter descoberto por que o Universo está diminuindo o ritmo de formação de novas estrelas.
Segundo eles, as galáxias estão ficando sem gás.
Hidrogênio molecular
O Dr. Robert Braun e seus colegas do instituto CSIRO chegaram a essa conclusão comparando observações de galáxias mais distantes, com galáxias mais próximas à Via Láctea.
A luz, as ondas de rádio, e toda a radiação eletromagnética, leva tempo para chegar até nós. Isto nos permite observar hoje galáxias como elas eram entre três e cinco bilhões de anos atrás.
E as galáxias nesse estágio de vida parecem conter consideravelmente mais hidrogênio molecular do que as galáxias do Universo atual - as mais próximas de nós, cuja luz não demora tanto para chegar até aqui.
As nuvens de hidrogênio molecular são o combustível para a formação de novas estrelas. Quanto menos hidrogênio molecular há à disposição, menos estrelas se formam.
Ritmo de formação de novas estrelas
Há cerca de 15 anos, os astrônomos chegaram à conclusão que o ritmo de formação de novas estrelas atingiu um pico quando o Universo contava com apenas alguns poucos bilhões de anos de idade, passando a declinar desde então - calcula-se que o Universo esteja hoje se aproximando dos 14 bilhões de anos de idade.
"Nossos resultados nos ajudam a entender porque as luzes estão se apagando," disse o Dr. Braun. "A formação de estrelas já usou a maior parte do hidrogênio molecular disponível."
Segundo ele, a diminuição no volume de hidrogênio disponível para a formação de novas estrelas parece ter começado quando a energia escura "tomou controle do Universo".
Pela interpretação atual, enquanto o Universo foi dominado pela gravidade, o hidrogênio era naturalmente sugado pelas galáxias. Mas então o fenômeno da energia escura se tornou preponderante, e o Universo começou a se expandir cada vez mais rapidamente.
Essa expansão da aceleração estaria tornando cada vez mais difícil para as galáxias conseguirem combustível para criar novas estrelas.
Fluxos de gás em larga escala estão se movimentando na corona quente da Via Láctea, com massa suficiente para manter o atual ritmo de formação de estrelas de nossa galáxia. [Imagem: Science/AAAS]
Formação de estrelas na Via Láctea
De fato, o problema parecia ser mais grave no caso da nossa Via Láctea, já que, até agora, os astrônomos nunca haviam conseguido identificar quaisquer fontes desse gás-combustível-de-estrelas.
Nicolas Lehner e J. Christopher, da Universidade de Notre Dame, afastaram as "preocupações" usando dois instrumentos a bordo do Telescópio Espacial Hubble.
Eles observaram nuvens de gás ionizado viajando em alta velocidade. Usando 28 estrelas cuja distância é conhecida, eles puderam estimar a distância e a massa das nuvens de gás.
Eles concluíram que algumas dessas nuvens estão bem no interior da nossa galáxias e têm massa suficiente para manter o ritmo atual de formação de estrelas.
Realimentação
O processo de formação de novas estrelas é, em certa medida, realimentado, quando as estrelas chegam ao fim de suas vidas e explodem como supernovas.
Mas a maior parte do hidrogênio usado para formar uma estrela - cerca de 70% - fica quimicamente preso nos "destroços" quando a estrela explode, não retornando ao início do processo.
Não há exatamente uma falta de combustível para estrelas no Universo: o problema é onde ele está. Calcula-se que dois terços do hidrogênio molecular do Universo estejam no espaço intergaláctico.
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