(Terra) Dois novos aglomerados globulares (conjunto com formato esférico de cerca de 100 mil estrelas) juntaram-se ao total dos 158 já conhecidos na Via Láctea. Estas descobertas são consideradas raras, sendo que o último aglomerado foi descoberto em 2010.
Estes objetos foram encontrados nas novas imagens do telescópio Vista, do Observatório Europeu do Sul (ESO), no âmbito do rastreio que está sendo executado na Via Láctea. Este rastreio descobriu o primeiro aglomerado estelar que se encontra muito além do centro da Via Láctea e cuja luz, para chegar até nós, teve que viajar através do gás e poeira.
Ao lado do aglomerado globular brilhante chamado UKS 1 (já conhecido), encontra-se um aglomerado globular mais tênue descoberto nos dados de um dos rastreios do Vista. Para distinguir este aglomerado estelar é necessária uma observação atenta. O objeto, chamado VVV CL001, consiste numa pequena coleção de estrelas.
O VVV CL001 é apenas o primeiro das descobertas globulares do VISTA. A mesma equipe descobriu um segundo objeto, VVV CL002, que pode ser também um aglomerado globular, o mais próximo do centro da Via Láctea conhecido até agora.
Estes novos aglomerados são as primeiras descobertas do rastreio do VISTA intitulado Variáveis na Via Láctea (VVV), que estuda do modo sistemático as regiões centrais da Via Láctea no infravermelho. A equipe VVV é liderada por Dante Minniti (Pontificia Universidad Católica de Chile) e por Philip Lucas ((Centre for Astrophysics Research, University of Hertfordshire, RU).
Além de aglomerados globulares, o Vista também está encontrando muitos aglomerados abertos ou galácticos, os quais contêm geralmente estrelas mais jovens e em menos quantidade do que os aglomerados globulares e são muito mais comuns. Outro aglomerado recentemente anunciado, VVV CL003, parece ser um aglomerado aberto que se encontra na direção do centro da Via Láctea, mas muito mais longe, ou seja cerca de 15 mil anos-luz além do centro. Este é o primeiro aglomerado deste tipo a ser descoberto do lado de lá da Via Láctea.
Devido ao brilho fraco dos novos aglomerados encontrados, não é de admirar que estes tenham permanecido escondidos durante tanto tempo. Até há cerca de alguns anos atrás o UKS 1, que eclipsa totalmente em brilho estes objetos, era o aglomerado globular mais tênue conhecido na Via Láctea. Devido à absorção e avermelhamento da radiação estelar por efeito da poeira interstelar, estes objetos apenas podem ser observados no infravermelho.
O Vista, maior telescópio de rastreio do mundo inteiro, foi preparado para procurar novos aglomerados que se encontrem justamente escondidos por trás de poeira nas regiões centrais da Via Láctea.
Uma possibilidade interessante é que o VVV CL001 esteja gravitacionalmente ligado ao UKS 1 - tornando estes dois grupos estelares o primeiro par binário de aglomerados globulares na Via Láctea.
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Matérias similares no G1, O Globo, Inovação Tecnológica, Hypescience e AstroPT
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Matéria original no ESO
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E mais:
Onde está Wally? (Herton Escobar - Estadão)
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