(Efe/Folha) O telescópio espacial Hubble descobriu através de seus instrumentos de visão no infravermelho próximo um conjunto de 69 jovens galáxias anãs repletas de estrelas que se reproduzem rapidamente, informou a Nasa (agência espacial americana) nesta quinta-feira, em comunicado.
Embora as galáxias anãs sejam o tipo mais comum das que existem no universo, o rápido nascimento de estrelas observados nessas galáxias recém-descobertas pode levar os astrônomos a rever suas teorias sobre a formação delas.
A agência espacial explicou que essas galáxias são, em média, 100 vezes menos maciças que a Via Láctea, mas as estrelas em seu interior se batem a um ritmo tão forte que o número delas poderia dobrar em "apenas" 10 milhões de anos.
Os cientistas afirmam que este é um ritmo muito alto, inclusive para uma galáxia jovem, já que, em comparação, a Via Láctea poderia demorar mil vezes mais para dobrar seu número de estrelas.
Os astrônomos que utilizam os instrumentos do Hubble conseguiram detectar as galáxias porque a radiação de estrelas jovens fez com que o oxigênio no gás que as rodeia brilhasse "como um letreiro de neon".
Suas observações indicam que 9 bilhões de anos atrás essas galáxias seriam muito comuns, mas, para os cientistas, é um mistério como geram tantas estrelas e a um ritmo tão acelerado.
"Essas galáxias sempre estiveram aí diante, mas não tínhamos a tecnologia adequada para detectá-las", assinalou Arjen van der Wel, do Instituto de Astronomia Max Planck em Heidelberg (Alemanha). "Não as estávamos procurando, mas elas se destacavam por sua cor incomum".
Esses resultados fazem parte da Cosmic Assembly Near-infrared Deep Extragalactic Legacy Survey (Candels), um projeto de três anos focado em analisar as galáxias mais distantes no Universo e de fazer o primeiro "censo" de galáxias anãs primitivas.
O telescópio Hubble, lançado em 1990, é um projeto de cooperação internacional entre a Nasa e a ESA (Agência Espacial Europeia).
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