Cientistas descobrem os maiores buracos negros do Universo no centro de galáxias próximas
(O Globo) Os buracos negros gigantescos que habitam os núcleos galácticos têm fascinado cientistas, escritores de ficção científica e o público em geral desde que foram propostos pela primeira vez, há quatro décadas. Com sua existência comprovada nos últimos 15 anos, esses verdadeiros monstros cósmicos, com alguns bilhões de vezes a massa do Sol, são um fator importante na compreensão de como as galáxias evoluem.
Os buracos negros gigantes foram citados pela primeira vez para explicar a intensa radiação emitida por galáxias ativas conhecidas como quasares. Esses objetos são numerosos a grandes distâncias da Terra, a mais de 6 bilhões de anos-luz, numa época que o Universo tinha menos da metade da idade de hoje. Acredita-se que suas emissões são os últimos sinais dados pelo gás e matéria acelerados enquanto mergulham nos buracos negros em seu centro.
Como hoje há menos gás livre do que nos primórdios do Universo, tendo sido usado em grande parte para formar estrelas, não há quasares em nossa vizinhança cósmica. Apesar disso, os cientistas acreditam que os buracos negros gigantes similares aos responsáveis pela energia dos quasares ainda habitam adormecidos os núcleos de galáxias próximas.
Até recentemente, porém, o maior buraco negro conhecido, no centro da galáxia Messier 87, teve seu tamanho calculado em 6,3 bilhões de massas solares. Embora grande, ele não era enorme o suficiente para explicar a intensa radiação dos quasares mais brilhantes. Diante disso, os astrofísicos Nicholas J.McConnell e Chung-PeiMa, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e colegas decidiram buscar outros exemplos em galáxias relativamente próximas da Terra.
Segundo os cientistas, as melhores candidatas a abrigar esses buracos negros supermaciços são galáxias elípticas gigantes no centro de aglomerados. Como aranhas em uma teia, essas galáxias estão bem no poço gravitacional destes aglomerados galácticos, algumas das maiores estruturas conhecidas do Universo, alimentando seus buracos negros com material delas próprias e roubado das galáxias e estrelas vizinhas.
Os pesquisadores então decidiram apontar dois dos maiores telescópios do mundo – o Gemini North e o Keck 2, no Havaí – para as galáxias NGC 3842 e NGC 4889, ambas em aglomerados a cerca de 100 megaparsecs (3,26 bilhões de anos-luz). Com ajuda ainda de observações do telescópio espacial Hubble, eles calcularam que a NGC 3842 abriga um buraco negro com cerca de 9,7 bilhões de massas solares em seu núcleo, com a NGC 4889 tendo um objeto de tamanho semelhante ou até maior, passando dos 10 bilhões de massa solares, fazendo deles os maiores destes monstros cósmicos conhecidos atualmente, informam na edição desta semana da revista “Nature”.
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