sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Projeto de astronomia traz novo passeio pelo Universo

Vídeo do Sloan Digital Sky Survey inclui imagens de 200 milhões de galáxias



(O Globo) Um dos maiores projetos de astronomia do mundo acaba de ganhar sua mais nova atualização, trazendo dados sobre mais de meio bilhão de objetos celestes. Batizado Sloan Digital Sky Survey (SDSS), ele usa um telescópio de 2,5 metros instalado no Observatório de Apache Point, no deserto do Novo México, EUA, para observar grandes áreas do céu de uma vez (cerca de 20 vezes o tamanho de uma Lua cheia), e produziu um novo mapa tridimensional de galáxias maciças e buracos negros distantes que deve ajudar os cientistas a desvendar a natureza das misteriosas matéria e energia escuras, que correspondem a cerca de 96% de tudo o que existe no Universo.

Nesta nova atualização, chamada Data Release 9, estão os últimos dados do experimento Baryon Oscillation Spectroscopic Survey (BOSS), que vai medir a posição de 1,5 milhão de galáxias maciças nos últimos 7 bilhões de anos do tempo cósmico, bem como de 160 mil quasares - buracos negros gigantes ativos se alimentando de estrelas e gás no centro de galáxias antigas – distantes até 12 bilhões de anos-luz da Terra. Com estes dados, os cientistas podem remontar a história da evolução do Universo, permitindo estimar com mais precisão o quanto dele é formado pela matéria escura, que não pode ser diretamente observada por não emitir ou absorver luz, e pela energia escura, a força misteriosa que seria responsável pela aceleração da expansão do Cosmo.

No novo mapa, peça central do DR9, estão imagens de 200 milhões de galáxias e espectros de 1,35 milhão delas, dentre as quais 540 mil de quando o Universo tinha a metade da idade que tem hoje (no vídeo acima, um passeio virtual pelo mapa). No ano passado, o SDSS já tinha divulgado a maior imagem já feita do Universo. Montada na última década a partir de milhões de imagens de 2,8 megapixels cada, ela é tão grande que seriam necessários 500 mil aparelhos de TV de alta definição para ser vista em resolução máxima.

Mas os avanços proporcionados pelo projeto não se restringem ao Universo distante. As observações também estão ajudando a mapear nossa própria galáxia, a Via Láctea, e conta com a colaboração do público, por meio de iniciativas como o Galaxy Zoo, para classificar os objetos. O Brasil também faz parte do esforço por meio do Observatório Nacional, cujo Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA) empresta sua infraestrutura de armazenamento, processamento, análise e distribuição de dados para ajudar a lidar com a enorme quantidade de informações produzidas pelo SDSS.
----
Matérias similares no Inovação TecnológicaPúblico - Portugal e Hypescience

Nenhum comentário:

Postar um comentário