sexta-feira, 31 de maio de 2013

Cientistas russos descobrem maior buraco negro já registrado

Objeto identificado por especialistas do Observatório Astrofísico Especial da Academia de Ciências da Rússia, no Cáucaso Setentrional, possui massa dez bilhões de vezes superior à do Sol.


(Gazeta Russa) Localizado em pleno centro da radiogaláxia RC J0311+0507, também identificada pelos funcionários do Observatório, a radiação do buraco negro recém-descoberto é milhões de vezes maior do que a de outras galáxias, como a Via Láctea.

“Por suas características físicas, o buraco negro descoberto na constelação de Cetus pertence à categoria de objetos únicos do Universo Primordial”, disse ao jornal “Rossiyskaya Gazeta” a cientista Olga Guelenkova, uma das responsáveis pela descoberta. “O estudo desses objetos permite compreender melhor a origem e evolução do Universo e como nascem enormes sistemas estelares”, acrescentou Guelenkova.

A radiogaláxia descoberta pelos cientistas russos está a 12,3 bilhões de anos-luz da Terra, sendo o segundo objeto mais afastado do nosso planeta. As pesquisas sugerem que tenha originado quando o Universo tinha pouco mais de um bilhão de anos de existência.

A novidade gerou debate intenso no mundo científico, pois acreditava-se não haver objetos tão grandes a uma distância de 12 a 13 bilhões de anos-luz da Terra. Uma das hipóteses levantadas sobre a origem desses objetos é que sejam fruto da fusão de enormes buracos negros, embora o processo de formação de objetos dessa dimensão na fase inicial do Universo continue um mistério para os astrofísicos.

“Encontrar um objeto como esse é como achar uma agulha em um palheiro. Um milhar de galáxias pode ter uma única radiogaláxia. Entre elas, os objetos superpoderosos são muito raros (uma em um milhão de galáxias)”, informou Guelenkova.

A descoberta foi feita no âmbito do projeto Grande Trio, que tem como objetivo pesquisar radiogaláxias. Para conduzir o estudo, foram utilizados três grandes instrumentos astronômicos: o radiotelescópio Ratan-600 e o telescópio óptico BTA, ambos localizados em Kharatchaiev-Tcherkássia, no Cáucaso Setentrional, e o radiointerferômetro americano VLA, cujas 27 antenas de 25 metros de diâmetro estão instaladas no deserto do estado norte-americano do Novo México.

A distância até a radiogaláxia foi medida por um funcionário do Observatório Astrofísico Especial e, em seguida, os estudos prosseguiram no interferômetro inglês Merlin, uma rede de radiotelescópios instalados a distância de 200 km um do outro. Como resultado, os cientistas conseguiram obter uma estrutura detalhada da fonte de rádio.

O trabalho envolveu também radioastrônomos do Reino Unido e da Holanda, além do radiointerferômetro europeu, que engloba o Merlin e radiotelescópios na Alemanha, Holanda, Suécia, Itália e Polônia.

Outro telescópio inglês estudou a radiogaláxia em infravermelho. Ao confrontar os dados obtidos, os cientistas chegaram à conclusão de que o novo buraco negro identificado tem uma massa mais de 10 bilhões de vezes superior à do Sol.
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Radiotelescópio russo surpreende ao visualizar galáxias distantes com precisão (Gazeta Russa)

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