terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cientistas criam novo método para medir a velocidade de rotação de buracos negros gigantes

O feito pode ajudar a entender a formação das galáxias e a influência dos buracos negros nesse processo


(Veja) Astrônomos descobriram uma nova forma de medir a velocidade de rotação de um buraco negro supermassivo. Encontrado no centro de galáxias, esse tipo de buraco negro tem dimensão gigantesca, de até bilhões de vezes a massa do Sol. Segundo os pesquisadores, a novidade pode ajudar a entender como esses corpos celestes influenciam o crescimento das galáxias. Os resultados foram publicados no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Os buracos negros são corpos celestes que não podem ser observados diretamente, mas apenas por meio da influência que exercem em objetos próximos a eles, como os discos de gás e poeira que os circundam.

Os pesquisadores estudaram um buraco negro com massa equivalente a 10 milhões de vezes a do Sol, localizado no centro de uma galáxia espiral, a 500 milhões de anos-luz da Terra. Por meio da análise do espectro de raios ópticos, ultravioleta e raios X desse disco de matéria, do qual o buraco negro se alimenta, eles conseguiram descobrir a distância entre o disco e o buraco negro.

A partir disso, foi possível estimar a velocidade de rotação do buraco negro, pois quanto mais rápida sua rotação, mais ele atrai para perto de si a matéria ao seu redor. A primeira medição da velocidade de rotação de um buraco negro supermassivo foi registrada em um artigo publicado na revista Nature, em fevereiro deste ano. A técnica, porém, utilizava apenas raios X.

Mecânica — De acordo com os pesquisadores, descobrir a rotação de um buraco negro pode ajudar a entender melhor seu funcionamento. Sabe-se, por exemplo, que eles expelem partículas muito quentes, mas o motivo dessa intensa liberação de energia ainda não foi esclarecido — possivelmente, tem relação com a rotação do corpo celeste.

“Sabemos que o buraco negro no centro de uma galáxia é capaz de afetá-la por completo, o que é estranho, porque buracos negros são minúsculos perto do tamanho de uma galáxia”, afirma Chris Done, professor da Universidade de Durham e um dos autores do estudo. Segundo ele, entender a relação entre o buraco negro e a galáxia é a chave para que seja possível compreender melhor a formação das galáxias.
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Matéria com vídeos e infográficos sobre buracos negros aqui

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