quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Desvendado mistério com 30 anos sobre galáxias

Uma equipa internacional de astrónomos, liderada por investigadores do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), conseguiu desvendar o mistério, com 30 anos, sobre os núcleos ativos de galáxias, informou hoje a instituição.


(DN - Portugal) Em comunicado, o CAUP assinala que a equipa "descobriu que o meio interestelar de algumas galáxias elípticas [que têm a forma de uma esfera ou elipse] é tão poroso que até cerca de 90 por cento da radiação ionizante consegue escapar à absorção pelo meio interestelar" (material que preenche o espaço entre as estrelas, sobretudo gás e poeira).

"Como consequência, o próprio meio interestelar torna-se também incapaz de emitir energia suficiente sob a forma de luz visível, resultando em luminosidades muito baixas nas riscas de emissão do gás ionizado, quando comparado com raios-X ou rádio", adianta a nota.

Citado no comunicado, o investigador do CAUP Polychronis Papaderos realça que os resultados das novas observações, de maior resolução, "fornecem a solução de um enigma com 30 anos e um novo modelo conceptual, com o qual a família dos núcleos ativos de galáxias se torna muito mais simples".

Os núcleos ativos de uma galáxia são uma região relativamente pequena no centro de uma galáxia, que "apresenta uma intensa emissão de radiação eletromagnética".

A radiação ionizante é radiação produzida pelas estrelas "com energia suficiente para promover a ejeção de eletrões de átomos e moléculas". A radiação eletromagnética é um de vários tipos de radiação ionizante e corresponde às bandas de raios-X e raios gama.

O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto explica que a emissão de radiação eletromagnética dos núcleos ativos de galáxias pode estar concentrada numa zona limitada do espetro eletromagnético (geralmente rádio ou raios-x) ou cobri-lo na quase totalidade.

De acordo com o CAUP, a maioria dos núcleos ativos das galáxias "apresenta uma emissão muito elevada nas bandas do rádio ou dos raios-X, mas quase indetetável no visível".

Por isso, até agora, os astrónomos ignoravam se este tipo de objetos "correspondiam a casos de elevada atividade (evidenciada pela emissão intensa em raios-X) ou de baixa atividade (tal como sugerido pela fraca emissão no visível)".

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