quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Descoberta a galáxia mais luminosa no Universo próximo da Terra

Português participa na equipa que estudou este objecto a 2000 milhões de anos-luz de distância de nós.


(Público - Portugal) Uma equipa internacional de astrónomos, incluindo o português José Afonso, descobriu a galáxia mais luminosa no Universo mais próximo da Terra, com um brilho superior a 10 biliões de estrelas como o Sol. Esta galáxia (grande conjunto de estrelas) situa-se a 2000 milhões de anos-luz de distância da Terra, no chamado Universo Local.

Em declarações à agência Lusa, o director do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), José Afonso, adiantou que o próximo passo da investigação será perceber de que forma se formou a grande luminosidade da galáxia, que estará associada a “uma formação de estrelas explosiva” e à actividade que rodeia um “buraco negro gigantesco” central, que, “ao engolir material”, fá-lo “brilhar de forma muito intensa”.

A descoberta, explicou o investigador português, é inédita e interessante porque as galáxias com enorme luminosidade são mais comuns no Universo distante, a 6000 ou 7000 milhões anos-luz da Terra.

“Esta é uma das galáxias mais extremas que conhecemos no Universo. A sua proximidade permite-nos compreender os processos que marcam a evolução de uma galáxia ao longo dos quase 14.000 milhões de anos da história do Cosmos”, refere José Afonso, citado num comunicado desta quarta-feira. “Colisões entre galáxias, como a que levou à formação da IRAS 08752, eram muito frequentes no passado, quando o Universo possuía apenas 4000 milhões de anos”, conclui o astrónomo português.

O cálculo da luminosidade da galáxia IRAS 08572+3915, conhecida há 30 anos, desde as observações com o telescópio espacial de infravermelhos IRAS, foi feito pela equipa de astrónomos com base numa análise detalhada de novas observações, realizadas com o telescópio espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia (ESA), e com o telescópio espacial Spitzer, da agência espacial norte-americana NASA.

Liderado por Andreas Efstathiou, da Universidade Europeia de Chipre, o grupo de 19 cientistas de universidades da Europa e dos Estados Unidos propõe-se estudar a origem da luminosidade da galáxia com um instrumento mais potente, o ALMA, o maior radiotelescópio do mundo, situado no Chile.

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