Telescópio Hubble traça halos de galáxias a distância recorde

Equipamento mapeou a elíptica Centaurus A

(O Globo) Com ajuda do telescópio espacial Hubble, astrônomos da Nasa conseguiram examinar com alto grau de precisão a distante e deslumbrante periferia da galáxia elíptica Centaurus A. Acredita-se que a dimensão do halo de estrelas da galáxia estende-se muito mais longe do centro da galáxia do que o esperado, e as estrelas dentro deste sistema parecem ser surpreendentemente ricas em elementos pesados. Esta é a parte mais remota de uma galáxia elíptica jamais exploradas.

Há mais a ser examinado nesta galáxia do que se parece à primeira vista. Além do brilho intenso do centro, os braços espirais giratórios escondem um componente extra: um halo escuro de estrelas alastrando-se para o espaço.

Estes expansivos halos são os principais elementos de uma galáxia, mas sabemos muito pouco sobre eles em regiões além da Via Láctea. É desconhecido ainda, por exemplo, sua própria natureza fraca e sua capacidade de se espalhar pelo Universo. Até agora, astrônomos conseguiram detectar poucos halos estrelados em outras galáxias.

Mas com os recursos do Hubble e de sua câmera avançada sensível para pesquisas, a Wide Field Camera 3, uma equipe de cientistas sondou a distâncias sem precedentes o halo em torno da galáxia elíptica gigante Centaurus A, conhecida como NGC 5128. Eles descobriram que as auréolas se espalham muito a uma distância no espaço muito maior do que o esperado, e tudo de uma forma inesperada.

- Traçar essa quantidade de auréolas de uma galáxia nos dá ideias surpreendentes para a formação, evolução e composição de uma galáxia", disse Marina Rejkuba do Observatório Europeu do Sul em Garching, na Alemanha, principal autor do novo estudo Hubble.

Ao longo do comprimento da galáxia, os astrônomos conseguiram examinar 25 vezes mais distante do que o raio da galáxia, mapeando uma região de cerca de 450 mil anos-luz de diâmetro e 295 mil anos-luz de largura. São distâncias são largas, se for considerado que o principal componente mão da Via Láctea tem cerca de 120 mil anos-luz de diâmetro.
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