(EFE/UOL) Uma equipe de astrônomos de México, Reino Unido, Chile e Estados Unidos descobriu "o que poderia ser o buraco negro de maior massa no Universo próximo", informou nesta quinta-feira o Instituto de Astrofísica do México.
Este buraco supermassivo está na galáxia Holm 15A, e pode ter uma massa mais de dez bilhões de vezes maior que a do sol, e inclusive seria comparável com a de toda nossa galáxia, assinalou a instituição em comunicado.
Os buracos negros "são mais comuns do que achávamos", disse Omar López-Cruz, investigador do Instituto Nacional de Astrofísica, Óptica e Eletrônica (INAOE) e líder do projeto.
Estes objetos, "muito compactos e maciços", se produzem porque a velocidade de escape é maior que a velocidade da luz o que os torna lugares onde nem a luz pode escapar, explicou.
Cada galáxia "poderia ter um buraco negro no centro. A Via Láctea, por exemplo, pode ter um buraco negro de mais ou menos cinco milhões de massas solares", o que segue as "leis de escalonamento", ou seja, quanto maior é a galáxia, maior será seu buraco negro correspondente.
A descoberta, que será publicada nos próximos dois meses na revista Astrophysical Journal Letters, tem sua origem na tese de doutorado de López-Cruz, através do qual foi descoberta a galáxia Holm 15A, localizada no cúmulo Abell 85.
Então notaram que era "rara", no sentido de que seu centro estava muito plano, "embora naquela época não houvesse com o que compará-la", lembrou o pesquisador.
A situação mudou quando outro grupo, de colegas americanos, descobriu em 2012 uma galáxia que qualificaram como "a mais plana vista até o momento".
Através de observações a partir de bases de dados e outras com telescópios em rádio, raios X, óptico e infravermelho, López-Cruz constatou que Holm 15A, formada a partir de "comer e devorar outras galáxias", "tem a parte central 18 vezes mais plana e maior que a média", e os indicadores mostram que tem buraco ultramassivo.
A equipe está propondo novas observações para comprovar se há dois buracos negros em vez de um, seguindo a teoria de que "as partes planas da galáxia são produzidas por dois buracos negros binários orbitando um ao redor do outro, que começam a dispersar as estrelas próximas e a desviá-las do centro da galáxia".
A descoberta reforça os achados astronômicos anteriores, como o que John G. Hoessel apresentou em 1980, e que defendia que esta galáxia era "especial"; um dado que permaneceu como uma mera "curiosidade" até agora.
A pesquisa de López-Cruz não acaba aqui, pois adverte que descobriram outra galáxia que "marca a ruptura das leis de escalonamento propostas até agora"
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