terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Estudo mostra que galáxias maiores incorporam sistemas estelares vizinhos

A Via Láctea também deve ser engolida um dia


(Correio Braziliense) As maiores galáxias do Universo crescem se alimentando de estrelas e planetas de massas celestes vizinhas. A constatação é de um grupo internacional de astrônomos que observou mais de 22 mil dessas formações. O “canibalismo” cósmico acontece, de acordo com os pesquisadores, com os sistemas que crescem ao ponto de não conseguir mais produzir estrelas por conta própria. A própria Via Láctea é culpada do crime de absorver galáxias menores e deverá ter o mesmo destino — de virar alimento espacial — no futuro.

Quando pequenas, as galáxias crescem multiplicando o número de estrelas, formadas a partir da aglomeração de gás. No entanto, depois de grandes, elas perdem essa capacidade. Uma explicação está no chamado núcleo galáctico ativo, que basicamente cozinha o gás e o impede de esfriar para formar estrelas. “É um disco de crescimento que se forma em torno de um buraco negro supermassivo no centro da galáxia. Ele produz uma grande quantidade de energia”, descreve Aaron Robotham, professor da University of Western Australia e principal autor da pesquisa que flagrou as galáxias canibais, divulgado recentemente.

Esse mesmo núcleo que impede a formação de novos astros dá poder à galáxia para continuar a crescer, mas de uma forma diferente. A massa central aumenta a gravidade do sistema, puxando com ainda mais força as estrelas vizinhas. Eventualmente, os grupos que orbitam os conjuntos maiores perdem energia e são absorvidos. As estrelas acabam presas ao novo grupo, ocupando espaços vazios e seguindo sua órbita. Mas algumas delas perdem o gás para o núcleo do sistema canibal, e o processo alimenta o buraco negro que fica no núcleo. Isso aumenta a gravidade, tornando aquela galáxia cada vez mais voraz.

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